sexta-feira, 9 de setembro de 2011

FATO HISTÓRICO



É CULTURA. É HISTÓRIA. É SANTO ANTONIO DO SALTO DA ONÇA

Meu Deus! Meu Deus!- Possa o sangue do mártir remir o crime do presbítero!

E, largando o franquisque(machado de guerra) levou as mãos ao capacete de bronze e arrojou-o para longe de si.

Muguite, cego de cólera, vibrava a espada: o crânio do seu adversário rangeu, e um jorro de sangue salpicou as faces do sarraceno.

Como tomba o abeto(árvore) solitário da encosta ao passar do furacão, assim o guerreiro misterioso do Críssus(rio) caía para não mais se erguer!...

Eurico, o Presbítero: Alexandre Herculano 1810/1877: Romantismo Português.

Teria sido um martírio?

O Padre José Luiz Cerveira, mesmo convicto e ciente das suas obrigações religiosas, parte para uma querela desnecessária e quase suicida contra vizinhos de terra, nas Lages. Adentrando numa senda perigosa e, ao mesmo tempo, indo de encontro a sua ruína.

Fato esse, inusitado, que permeia pela ignorância que imperava no inicio do século 20, não poderia ter acabado de maneira diferente. A não ser num incidente de dimensões catastróficas para a recém fundada cidade (vila) de Santo Antônio.

O famoso e sombrio crime aconteceu (segundo fontes da própria igreja) em 25 de fevereiro de 1904.

“O Padre Cerveira se dirigiu com destino a Lages(Distrito de Santo Antônio- RN) a fim de mandar derrubar um cercado que havia sido construído por Joaquim Clemente, com madeira tirada numa mata pertencente ao Padre. O Padre foi acompanhado por diversos trabalhadores. Ali chegando, apareceram Joaquim Clemente e seus dois filhos, Joaquim e João. Um de seus filhos pediu ao sacerdote que não mandasse derrubar a cerca. Como o Padre não atendeu à solicitação, ele vibrou uma facada no seu estômago, e derrubou-o do cavalo em que estava montado, como se isso não bastasse, os três precipitam-se, sobre o Padre e vibraram-lhe várias outras facadas; o sacerdote expirou imediatamente. Um dos presentes que era afilhado e amigo do vigário, tentou socorrê-lo, porém foi igualmente assassinado. Os criminosos foram capturados imediatamente. Padre Cerveira era Português e contava com 69 anos e era também Médico homeopata, empregava o sistema Hahnemann(Do alemão Samuel Christian Friedrich Hahnemann) e aplicações hidroterápicas, fez numerosas curas em pessoas pobres de sua freguesia”. Fonte: Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Santo Antônio – RN.

O assassinato do Padre Cerveira atravessou gerações e hoje, no local do crime, encontra-se um famoso, e ao mesmo tempo , esquecido cruzeiro, erguido em sua homenagem e que lembra aquele terrível e singular episódio de nossa história. E atualmente temos uma rua em sua homenagem: Rua Padre Cerveira (Rua do Motor).

Segundo o proprietário atual, O Senhor Luíz Maia, sempre aparece devotos, religiosos e também curiosos de várias cidades do RN e PB; e até de outros Estados, colocando sobre o cruzeiro, objetos: terços, pequenas relíquias, muletas, imagens de santos em geral, velas, etc. Todos para pagarem as promessas de bênção e graça, segundo eles, alcançadas.Na minha opinião merecia ser erguida uma pequena capela no local e ser construído um melhor acesso, para melhor servir aos peregrinos que se desloca ao local para fazer e pagar as sua promessas. Lute por esse justo espaço religioso! Memória da nossa História. E ao mesmo tempo visite-o, vale a pena conhecer.



Agradecimentos ao Prof. Aniertony pelas fotos e colaboração no transporte ao local do cruzeiro.:

FONTE: santoantoniooficial.blogspot.com

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